-Eu preferia não ter esta conversa. Não quero que te chateies por nunca te ter contado este erro que cometi no passado que foi grave. -Disse eu.
-Que é grave já eu sei mas conta.-Disse ele.
-Então aqui vai: Tudo aconteceu à 7 anos atrás, eu tinha 17 anos (quase 18) e tinha acabado o 12º ano.Todos os dias eu pensava em arranjar uma solução para ajudar os meus pais a pôr comida na mesa, a minha mãe estava desempregada e o meu pai pouco dinheiro trazia para casa. Como ainda não tinha os 18 anos ainda não podia começar a trabalhar, então pensei pensei e a única forma que me pareceu a mais fácil de trazer algum dinheiro para casa era através da via do crime. Isto nunca me passaria pela cabeça se o desespero não fosse tão grande.
-Do crime?-Perguntou o Nolito surpreso.
-Havia mais soluções? Havia, mas esta era a mais fácil. -Respondi eu, vi na expressão que surgia na cara dele, desilusão e tristeza.-Comecei-me a dar com as pessoas mais problemáticas da minha zona e consegui infiltrar-me num dos esquemas dum grupo de 2 rapazes, o que me ia garantir algum dinheiro. Eles montaram o esquema todo e só me comunicaram daquilo que eu tinha que fazer no dia anterior: o plano era assaltar uma grande empresa que havia na minha zona, eu seria a peça mais importante daquele assalto.
-Diz-me que não seguis-te com esse plano para a frente.Por favor, diz-me que não.-Pediu o Nolito, triste.
-Eu queria te dizer que não mas o plano avançou e eu arrependi-me depressa mas já era tarde de mais e sofri as consequências.-Disse eu sob o olhar atento dele que nada conseguia dizer e, por isso, eu continuei.
RECORDAÇÕES ON
No dia 22 de Maio de 2007, às 23 horas, lá estávamos nós, prontos a cumprir o nosso plano. Eu era a primeira a entrar, tinha de ameaçar o segurança que estava na entrada e abrir caminho para o resto do grupo chegar ao cofre da empresa. Assim que cumpri essa parte, dei sinal ao resto do grupo que entrou dentro da empresa e ameaçou um funcionário para chegarem ao cofre. Eu fiquei sozinha a controlar o segurança, foi nessa altura que comecei a pensar que estava a cometer um grande erro.
-Pareces-me ser nova.Porque é que estás a fazer isto?-Perguntou-me o segurança.
-Cale-se! É melhor estar calado!-Disse para tentar manter a minha posição. Mas ele tinha razão. Porque é que estava a fazer isto? Ia ser o maior erro da minha vida e ia-me arrepender para sempre.
-Estás a tempo de desistir!-Disse ele. Parei por uns momentos a pensar nas palavras dele. Ele tinha razão! Tirei a máscara e mandei-a para o chão, no momento em que apareceu um dos elementos do grupo.
-O que é que estás a fazer?-Perguntou ele.
-Eu não quero fazer isto! Desisto!-Disse eu virando costas e aproximando-me da porta.
-Agora já não podes desistir!-Disse ele.
-Posso sim!-Assim que digo isto, ouviu-se o som da arma dele a disparar e em poucos segundos senti a bala a passar o meu abdómen. Sentei-me logo no chão, estava cheia de sangue e com poucas forças para reagir. A última coisa que ainda consegui ouvir foi o som da sirene da polícia, depois perdi o sentidos.
RECORDAÇÕES OFF
O Nolito estava estático a olhar para mim e nada dizia. Eu precisava que ele me dissesse alguma coisa, nem que fosse um odeio-te.
-Não dizes nada?-Perguntei eu.
-Que queres que eu diga? Não estava nada à espera disto.Mas continua. O que é que aconteceu a seguir?-Perguntou ao Nolito.
-Depois fui para o hospital, fui operada e estive internada no hospital 3 semanas.-Disse eu.
-Sabes bem a que me refiro.-Disse eu.
-À parte depois do assalto?-ele acenou com a cabeça, respondendo afirmativamente à minha pergunta.-A Polícia prendeu-os, foram acusados de assalto e condenados 5 anos de prisão e eu acusada de tê-los ajudado no assalto.-Disse eu.
-Foste presa também?-Perguntou ele.
-Sim dois anos de prisão domiciliaria, só saí de casa no segundo ano para ir para a faculdade.-Disse eu.
-Nem sei o que hei-de dizer.-Disse o Nolito.
-Estás arrependido de ter casado comigo?-Perguntei eu.
-Arrependido?-Perguntou ele.
-Sim. Arrependido de ter casado com uma pessoa que já esteve envolvida num assalto e que tem registo criminal?-Disse eu.
-Arrependido não porque eu casei-me com a pessoa que eu conheci e não com a que esteve presa porque eu não sabia disso. Estou sim triste por nunca me teres contado nada.-Disse ele.
-Então quer dizer que quando me conheceste se eu te tivesse contado isto tudo não estava-mos juntos agora?-Perguntei eu.
-Não sei, não sei. Não me faças perguntas difíceis agora.-Disse ele levantando-se.
-Onde é que vais? A nossa conversa fica assim?-Perguntei eu.
-Vou dar uma volta, preciso de arejar as ideias. A conversa acabamos-a depois.-Disse ele saindo. O medo de que este assunto estrague a nossa relação começou a cair sobre mim. Fui andando atrás dele mas ele ia apressado e deixei-o ir. Fiquei ali parada a olhar para a porta, perplexa com a reacção dele.
-Quem é que saiu?-Perguntou a Maria, despertando-me dos meus pensamentos.
-Ai que susto! Pensei que já estavam todos a dormir.-Disse eu.
-Desculpa! Está tudo bem?-Perguntou ela.
-Nem por isso. Contei tudo ao Nolito do assalto e de ter estado presa e foi ele que acabou de sair por esta porta fora.-Disse eu.
-Deve ter ido só dar uma volta. Ele já volta.-Disse ela.
-Tenho tanto medo que isto estrague a nossa relação, mas não dava para esconder mais isto dele.-Disse eu.
-Ele gosta muito de ti. Não é isto que vai estragar uma relação como a vossa.-Disse ela.
-Obrigada por estas tuas palavras.-Disse eu.
-De nada.-Disse ela.
Fui até à cozinha beber um copo de água para me acalmar e depois voltei para a sala. Sentei-me a olhar o vazio mas ao mesmo tempo com um olho na porta na à espera que voltasse. Esperei, esperei e desesperei que acabei por adormecer ali mesmo no sofá.
No dia outro dia acordei deviam ser umas 10 horas. Assim que comecei a despertar veio-me à cabeça o dia anterior. Senti falta das carícias dele ao adormecer e dos beijos ao acordar. Levantei-me logo para ir procurar o Nolito quando apareceu a Maria na sala.
-O Nolito?-Perguntei eu.
-Já saiu!-Disse ela.
-Ele veio dormir a casa?-Perguntei eu.
-Não te vou mentir. Ele só veio a casa de manhã para mudar de roupa e foi para os treinos.-Disse ela.
-Vou à procura dele!-Disse eu, saltando do sofá e indo a correr para o meu quarto. A meio do caminho senti uma dor forte na barriga.
-Ai!-Disse eu pondo a mão na barriga encostando-me à parede.
-Sofia! Estás bem?-Perguntou a Maria que apareceu no corredor entretanto.
-Estou só com umas dores na barriga.-Disse eu.
-Anda cá! Vamos para a sala!-Disse ela amparando-me e levando-me para a sala.
-Senta-te aí! Tens de te acalmar!-Disse ela.
-Eu preciso de ir à procura dele, eu preciso.-Disse eu.
-Ele assim que acabar o treino deve vir logo para casa.-Disse ela.
-E se não vier? Ai!-Perguntei eu, sentindo outra dor mais forte.
-Tenho a certeza que ele vem. Não achas melhor ir-mos ao hospital?-Perguntou.
-Não. Isto já passa.-Disse eu.
-Tens a certeza?-Perguntou ela. Eu não consegui responder porque-me deu outra dor.
-Ai agora é que vamos mesmo!-Disse ela.
-Não!
-Sim! Vou lá dentro avisar o Miguel.-Disse ela, indo lá dentro e voltou uns minutos depois.
-Vamos!-Disse ela.
Muito contrariada mas lá fui eu para o hospital. Apanhá-mos um taxi e depressa chegámos ao hospital. Fui logo atendida enquanto que a Maria teve de ficar na sala de espera.
[MARIA]
As dores da Sofia deixaram-me muito preocupada e, principalmente, por estar grávida de trigémeos. Ela entrou lá para dentro e eu fiquei na sala de espera há espera de notícias que ainda iam, de certeza, demorar. E agora o que fazia eu? Dizia alguma coisa ao Nolito? A Sofia provavelmente não queria que lhe dissesse nada. Mas é o marido e os pai dos filhos dela.
Agarrei no telemóvel e decidi enviar-lhe, simplesmente, uma mensagem.
-Então quer dizer que quando me conheceste se eu te tivesse contado isto tudo não estava-mos juntos agora?-Perguntei eu.
-Não sei, não sei. Não me faças perguntas difíceis agora.-Disse ele levantando-se.
-Onde é que vais? A nossa conversa fica assim?-Perguntei eu.
-Vou dar uma volta, preciso de arejar as ideias. A conversa acabamos-a depois.-Disse ele saindo. O medo de que este assunto estrague a nossa relação começou a cair sobre mim. Fui andando atrás dele mas ele ia apressado e deixei-o ir. Fiquei ali parada a olhar para a porta, perplexa com a reacção dele.
-Quem é que saiu?-Perguntou a Maria, despertando-me dos meus pensamentos.
-Ai que susto! Pensei que já estavam todos a dormir.-Disse eu.
-Desculpa! Está tudo bem?-Perguntou ela.
-Nem por isso. Contei tudo ao Nolito do assalto e de ter estado presa e foi ele que acabou de sair por esta porta fora.-Disse eu.
-Deve ter ido só dar uma volta. Ele já volta.-Disse ela.
-Tenho tanto medo que isto estrague a nossa relação, mas não dava para esconder mais isto dele.-Disse eu.
-Ele gosta muito de ti. Não é isto que vai estragar uma relação como a vossa.-Disse ela.
-Obrigada por estas tuas palavras.-Disse eu.
-De nada.-Disse ela.
Fui até à cozinha beber um copo de água para me acalmar e depois voltei para a sala. Sentei-me a olhar o vazio mas ao mesmo tempo com um olho na porta na à espera que voltasse. Esperei, esperei e desesperei que acabei por adormecer ali mesmo no sofá.
No dia outro dia acordei deviam ser umas 10 horas. Assim que comecei a despertar veio-me à cabeça o dia anterior. Senti falta das carícias dele ao adormecer e dos beijos ao acordar. Levantei-me logo para ir procurar o Nolito quando apareceu a Maria na sala.
-O Nolito?-Perguntei eu.
-Já saiu!-Disse ela.
-Ele veio dormir a casa?-Perguntei eu.
-Não te vou mentir. Ele só veio a casa de manhã para mudar de roupa e foi para os treinos.-Disse ela.
-Vou à procura dele!-Disse eu, saltando do sofá e indo a correr para o meu quarto. A meio do caminho senti uma dor forte na barriga.
-Ai!-Disse eu pondo a mão na barriga encostando-me à parede.
-Sofia! Estás bem?-Perguntou a Maria que apareceu no corredor entretanto.
-Estou só com umas dores na barriga.-Disse eu.
-Anda cá! Vamos para a sala!-Disse ela amparando-me e levando-me para a sala.
-Senta-te aí! Tens de te acalmar!-Disse ela.
-Eu preciso de ir à procura dele, eu preciso.-Disse eu.
-Ele assim que acabar o treino deve vir logo para casa.-Disse ela.
-E se não vier? Ai!-Perguntei eu, sentindo outra dor mais forte.
-Tenho a certeza que ele vem. Não achas melhor ir-mos ao hospital?-Perguntou.
-Não. Isto já passa.-Disse eu.
-Tens a certeza?-Perguntou ela. Eu não consegui responder porque-me deu outra dor.
-Ai agora é que vamos mesmo!-Disse ela.
-Não!
-Sim! Vou lá dentro avisar o Miguel.-Disse ela, indo lá dentro e voltou uns minutos depois.
-Vamos!-Disse ela.
Muito contrariada mas lá fui eu para o hospital. Apanhá-mos um taxi e depressa chegámos ao hospital. Fui logo atendida enquanto que a Maria teve de ficar na sala de espera.
[MARIA]
As dores da Sofia deixaram-me muito preocupada e, principalmente, por estar grávida de trigémeos. Ela entrou lá para dentro e eu fiquei na sala de espera há espera de notícias que ainda iam, de certeza, demorar. E agora o que fazia eu? Dizia alguma coisa ao Nolito? A Sofia provavelmente não queria que lhe dissesse nada. Mas é o marido e os pai dos filhos dela.
Agarrei no telemóvel e decidi enviar-lhe, simplesmente, uma mensagem.
Se realmente amas a tua mulher e
os teus filhos
vem ter connosco ao Hospital.
Ass: Maria
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Olá!
Espero que tenham gostado.
O que acharam do passado da Sofia? E da reacção do Nolito? E estas dores da Sofia será algo grave?
Deixem os vossos comentários!
Besos!!
Uau, nunca pensei que ela tivesse este passado...
ResponderEliminarE tenho a certeza que ele vai aparecer no hospital.
Uau, nunca pensei que ela tivesse este passado...
ResponderEliminarE tenho a certeza que ele vai aparecer no hospital.
Olá! Adorei!
ResponderEliminarO passado da Sofia não é lá muito cor-de-rosa...mas o desespero fala mais alto e ás vezes comete-se erros. Espero que o Nolito a perdoe, apareca no hospital e também espero que as dores não signifique que os Trigémeos...queiram nascer :/.
Próximo sff :*
Quero mais...
ResponderEliminarTá fabuloso, mas agora tou super curiosa para ver o próximo...
Continua...
Olá!
ResponderEliminarAdorei os três capítulos que tinha em atraso! Ainda bem que as coisas entre eles e a mãe deles se resolveram, e foi bom a Sofia e a Maria terem conversado!^
E o passado da Sofia... Não é um bom passado, mas o desespero leva-nos a extremos e muitas vezes cometemos erros mal racionados, mas como o Nolito disse, ele apaixonou-se pela pessoa que a Sofia é agora, mas é compreensível a atitude dele, o assunto ainda demora a ser digerido, ainda por cima sabendo as coisas assim tão de repente, mas ele vai acabar por entender.
E espero que as dores da Sofia não tragam problemas! :c e que o Nolito apareça no hospital!
Espero o próximo! :)
Beijinhos*
Mónica
Olá, consegui por a leitura em dia e desculpa o atraso :x
ResponderEliminarBem, o passado da Sofia não foi lá o melhor mas ela teve as suas razões e no fundo sabe que foi errado e ela é uma pessoa fantástica. E acredito que o Nolito a vá perdoar e compreender.
Espero que as dores da Sofia não sejam nada demais :x e que o Nolito vá ao hospital!
Beijinhos xx