Música

quarta-feira, 31 de julho de 2013

33-"Nervos 0%! Descanso 100%! Acho que já encaixei."

Depois de mandar a mensagem ao Nolito, sentei-me na sala de espera. A espera estava a ser longa. Ainda não tinha tido notícias da Sofia. Será que tinha acontecido alguma coisa? Estava perdida em pensamentos quando recebi uma mensagem do Nolito.

O que é que aconteceu?
Ia agora com o celta para um jogo amigável.
NOLITO

Mas o que é que interessava o jogo,quando se tem a mulher no Hospital? Mas ele é que tem de decidir as prioridades dele. Por isso, respondi logo à mensagem.

Ainda estou à espera de notícias do médico!
Quanto ao jogo, tu é que  tens de ver quais são as tuas prioridades .
MARIA

Assim que mandei esta mensagem, chegou uma médica à sala de espera. Depois de olhar para uma folhas, falou.
-Algum familiar de Sofia Martins?-Perguntou a Médica.

-Sou amiga!-Disse eu. Sem me lembrar que nem amigas era-mos.

-Venha comigo!-Disse ela. Será que tinha acontecido alguma coisa aos bebés? Levantei-me e seguia-a até ao seu gabinete.

-Sente-se!-Disse ela.

-Como é que ela está?-Perguntei eu.

-Agora está bem!-Disse a médica.

-O que é foi aquela dor que ela teve?-Perguntei.

-Aquela dor foi um princípio de aborto. Mas como veio logo para o hospital conseguimos controlar e já está tudo bem.-Disse a Médica.

-Ainda bem que insisti com ela para vir!

-Sim, fez muito bem! Ela tem estado exposta a algo que a enerve ou a emoções?-Perguntou a Médica.

-Sim. As duas coisas.-Respondi eu.

-Pois, mas não pode ser! Ela tem de descansar bastante!-Disse ela.

-Ela a partir de agora vai entrar na linha! E já a posso ir ver?-Perguntei.

-Vá para a sala de espera e depois uma enfermeira já a vai chamar.-Disse a médica.

Assim fiz! Fui até à sala de espera! 15 minutos depois vem uma enfermeira ter comigo para me indica o quarto da Sofia. Segui as indicações até que cheguei ao quarto onde a Sofia estava. 

[SOFIA]
Estas dores só me começaram a assustar quando cheguei ao hospital ao ver o alarido dos médicos que trataram logo de me fazer exames. Quando ia para entrar para uma das salas de exames, a minha preocupação aumentou quando reparei que estava a sangrar.Estaria eu a perder os meus bebés? Era a única pergunta que me passava pela cabeça. Só descansei quando os médicos controlaram a situação e me fizeram os exames, verificando que estava tudo bem. Precisava era de descanso e muita calma. Levaram-me para um quarto onde descansei 1 hora até que alguém bateu à porta. Era a Maria.
-Olá!-Disse ela.

-Maria!-Ela aproximou-se de mim-Gracias! Muchas Gracias por tudo!-Disse eu.

-Não fiz nada de mais!-Disse ela.

-Fizeste sim! Se não me tivesses obrigado a vir, não sei o que poderia ter acontecido aos meus três minimeus.-Disse eu pondo a mão na barriga.

-Só fiz o mais correcto!-Disse ela.

-O Nolito? Ele sabe que eu estou aqui?-Perguntei eu.

-Sim, eu disse-lhe. Espero que não te chateies comigo.-Disse eu.

-Eu prometo que agora não me vou chatear nem enervar com nada nem ninguém.-Disse eu.-Mas...onde é que ele está? Está lá fora?

-Pois, não sei!-Disse ela.

-Não sabes?-Ela ficou a olhar para mim com ar de quem estava a esconder alguma coisa-Diz lá! Eu sei que sabes!

-Ele não está lá fora, pelo menos até eu ter vindo para dentro.-Disse ela.

-Então está onde? Porque é que não veio? Ele não me quer ver mais à frente pois não?-Perguntei eu.

-Calma! Acalma-te! Olha o que prometes-te!-Disse ela.

-Sim tens razão!-respirei fundo, acima de tudo tinha de pensar nos pequenos que estavam dentro de mim.-Mas diz lá onde é que ele está?

-Ele disse que estava na hora de ir com o celta para um jogo de preparação para a próxima época!-Disse eu.

-Pois é! O primeiro jogo, que é esta noite!

-Vais ver que depois ele volta!-Disse ela.

-Espero que tenhas razão!-Disse eu. esse momento entra a médica.

-Então que tal se sente?-Perguntou a médica.

-Bem!-Disse eu.

-Os exames que lhe fizemos estavam todos bem! Vamos lhe dar alta...-Fiquei logo com um enorme sorriso.-mas com uma condição.

-Qual?-Perguntei, já sabendo qual seria a resposta.

-Nada de nervos! Muito descanso! Senão se isto volta a acontecer fica cá internada até ao fim da  gravidez.-Disse ela. Nem queria imaginar essa hipótese.

-Nervos 0%! Descanso 100%! Acho que já encaixei.-Disse eu a rir.

-Isso mesmo! Tem aqui a sua alta!-Disse a médica, dando-me um papel e saindo de seguida.

Vesti-me e saí do Hospital. Ainda não sabia nada do Nolito. Como já era hora de almoço fui com a Maria até um restaurante onde almoçá-mos calmamente com muita conversa e gargalhadas ao recordar-mos os nossos bons momentos, os momentos divertidos. Eram já 15h quando regressá-mos a casa.
-Boa Tarde!-Disse eu, assim que entrei, para o meu irmão.

-Mana! Então como é que estás?-Perguntou ele.

-Bem! Mas agora tem de ser 0% de Nervos e 100% de Descanso.-Voltei a repetir aquilo que disse à médica.

-Mas é mesmo para cumprires isso! Vou estar atento!-Disse ele.

-Sim chefe!-Disse eu.

-Vou para o meu quarto descansar.-Disse eu e retirei-me para o meu quarto.


Passado 20 minutos, estava quase a adormecer quando oiço chamarem por mim. Parecia-me ser da sala e, por isso, fui até lá.
-Chamaram-me?-Perguntei eu à Maria e ao Miguel que estavam sentados no sofá.

-Sim!-disse a Maria-Vê!-Afirmou o Miguel apontando para a televisão.

Olhei para a televisão e vi que estava a dar notícias de última hora no canal do Celta de Vigo. Comecei a prestar atenção e percebi que estavam a falar do Nolito.


"Jogador do Celta de Vigo, Nolito abandona o treino que a equipa estava a realizar antes do jogo amigável desta noite. Ainda não obtivemos informações quanto aos motivos que o levaram a tal. Poderá ser devido a alguma lesão ou problemas pessoais.Assim que tivermos mais informações voltaremos a abordar este assunto." JORNALISTA

-O que é que tem?-Perguntei eu depois de ouvir a notícia.

-Isto pode ser sinal de que ele está a vir para cá!-Disse a Maria.

-Ou não! Não quero alimentar muito as esperanças!-Disse eu.

-Pensamento Positivo! Daqui a bocado ele está ai.-Disse o meu irmão.

-Pensamento positivo mas é a descansar na minha cama.-Disse eu saindo para o meu quarto.

Deitei-me na minha cama e fechei os olhos para tenta adormecer. Era impossível! A possibilidade de ele entrar por aquela porta não me saia da cabeça. Era o que eu mais queria!

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Olá!
Espero que tenham gostado.
Que acharam do capítulo? Acham que vai ficar tudo bem com os minimeus ou a Sofia ainda volta ao Hospital? E a aproximação entre a Sofia e a Maria estão a gostar? E o Nolito, será que foi alguma lesão ou será que vai ter com a Sofia ou outro problemas desconhecido?
Deixem os vossos comentários! 
Besos!!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

32-"Estás arrependido de ter casado comigo?

-Eu preferia não ter esta conversa. Não quero que te chateies por nunca te ter contado este erro que cometi no passado que foi grave. -Disse eu.

-Que é grave já eu sei mas conta.-Disse ele.

-Então aqui vai: Tudo aconteceu à 7 anos atrás, eu tinha 17 anos (quase 18) e tinha acabado o 12º ano.Todos os dias eu pensava em arranjar uma solução para ajudar os meus pais a pôr comida na mesa, a minha mãe estava desempregada e o meu pai pouco dinheiro trazia para casa. Como ainda não tinha os 18 anos ainda não podia começar a trabalhar, então pensei pensei e a única forma que me pareceu a mais fácil de trazer algum dinheiro para casa era através da via do crime. Isto nunca me passaria pela cabeça se o desespero não fosse tão grande. 

-Do crime?-Perguntou o Nolito surpreso.

-Havia mais soluções? Havia, mas esta era a mais fácil. -Respondi eu, vi na expressão que surgia na cara dele, desilusão e tristeza.-Comecei-me a dar com as pessoas mais problemáticas da minha zona e consegui infiltrar-me num dos esquemas dum grupo de 2 rapazes, o que me ia garantir algum dinheiro. Eles montaram o esquema todo e só me comunicaram daquilo que eu tinha que fazer no dia anterior: o plano era assaltar uma grande empresa que havia na minha zona, eu seria a peça mais importante daquele assalto.

-Diz-me que não seguis-te com esse plano para a frente.Por favor, diz-me que não.-Pediu o Nolito, triste.

-Eu queria te dizer que não mas o plano avançou e eu arrependi-me depressa mas já era tarde de mais e sofri as consequências.-Disse eu sob o olhar atento dele que nada conseguia dizer e, por isso, eu continuei.


RECORDAÇÕES ON
No dia 22 de Maio de 2007, às 23 horas, lá estávamos nós, prontos a cumprir o nosso plano. Eu era a primeira a entrar, tinha de ameaçar o segurança que estava na entrada e abrir caminho para o resto do grupo chegar ao cofre da empresa. Assim que cumpri essa parte, dei sinal ao resto do grupo que entrou dentro da empresa e ameaçou um funcionário para chegarem ao cofre. Eu fiquei sozinha a controlar o segurança, foi nessa altura que comecei a pensar que estava a cometer um grande erro.
-Pareces-me ser nova.Porque é que estás a fazer isto?-Perguntou-me o segurança.

-Cale-se! É melhor estar calado!-Disse para tentar manter a minha posição. Mas ele tinha razão. Porque é que estava a fazer isto? Ia ser o maior erro da minha vida e ia-me arrepender para sempre.

-Estás a tempo de desistir!-Disse ele. Parei por uns momentos a pensar nas palavras dele. Ele tinha razão! Tirei a máscara e mandei-a para o chão, no momento em que apareceu um dos elementos do grupo.

-O que é que estás a fazer?-Perguntou ele.

-Eu não quero fazer isto! Desisto!-Disse eu virando costas e aproximando-me da porta.

-Agora já não podes desistir!-Disse ele.

-Posso sim!-Assim que digo isto, ouviu-se o som da arma dele a disparar e em poucos segundos senti a bala a passar o meu abdómen. Sentei-me logo no chão, estava cheia de sangue e com poucas forças para reagir. A última coisa que ainda consegui ouvir foi o som da sirene da polícia, depois perdi o sentidos.

RECORDAÇÕES OFF

O Nolito estava estático a olhar para mim e nada dizia. Eu precisava que ele me dissesse alguma coisa, nem que fosse um odeio-te.
-Não dizes nada?-Perguntei eu.

-Que queres que eu diga? Não estava nada à espera disto.Mas continua. O que é que aconteceu a seguir?-Perguntou ao Nolito.

-Depois fui para o hospital, fui operada  e estive internada no hospital 3 semanas.-Disse eu.

-Sabes bem a que me refiro.-Disse eu.

-À parte depois do assalto?-ele acenou com a cabeça, respondendo afirmativamente à minha pergunta.-A Polícia prendeu-os, foram acusados de assalto e condenados 5 anos de prisão e eu acusada de tê-los ajudado no assalto.-Disse eu.

-Foste presa também?-Perguntou ele.

-Sim dois anos de prisão domiciliaria, só saí de casa no segundo ano para ir para a faculdade.-Disse eu.

-Nem sei o que hei-de dizer.-Disse o Nolito.

-Estás arrependido de ter casado comigo?-Perguntei eu.

-Arrependido?-Perguntou ele.

-Sim. Arrependido de ter casado com uma pessoa que já esteve envolvida num assalto e que tem registo criminal?-Disse eu.

-Arrependido não porque eu casei-me com a pessoa que eu conheci e não com a que esteve presa porque eu não sabia disso. Estou sim triste por nunca me teres contado nada.-Disse ele.

-Então quer dizer que quando me conheceste se eu te tivesse contado isto tudo não estava-mos juntos agora?-Perguntei eu.

-Não sei, não sei. Não me faças perguntas difíceis agora.-Disse ele levantando-se.

-Onde é que vais? A nossa conversa fica assim?-Perguntei eu.

-Vou dar uma volta, preciso de arejar as ideias. A conversa acabamos-a depois.-Disse ele saindo. O medo de que este assunto estrague a nossa relação começou a cair sobre mim. Fui andando atrás dele mas ele ia apressado e deixei-o ir. Fiquei ali parada a olhar para a porta, perplexa com a reacção dele.

-Quem é que saiu?-Perguntou a Maria, despertando-me dos meus pensamentos.

-Ai que susto! Pensei que já estavam todos a dormir.-Disse eu.

-Desculpa! Está tudo bem?-Perguntou ela.

-Nem por isso. Contei tudo ao Nolito do assalto e de ter estado presa e foi ele que acabou de sair por esta porta fora.-Disse eu.

-Deve ter ido só dar uma volta. Ele já volta.-Disse ela.

-Tenho tanto medo que isto estrague a nossa relação, mas não dava para esconder mais isto dele.-Disse eu.

-Ele gosta muito de ti. Não é isto que vai estragar uma relação como a vossa.-Disse ela.

-Obrigada por estas tuas palavras.-Disse eu.

-De nada.-Disse ela.


Fui até à cozinha beber um copo de água para me acalmar e depois voltei para a sala. Sentei-me a olhar o vazio mas ao mesmo tempo com um olho na porta na à espera que voltasse. Esperei, esperei e desesperei que acabei por adormecer ali mesmo no sofá.
No dia outro dia acordei deviam ser umas 10 horas. Assim que comecei a despertar veio-me à cabeça o dia anterior. Senti falta das carícias dele ao adormecer e dos beijos ao acordar. Levantei-me logo para ir procurar o Nolito quando apareceu a Maria na sala.
-O Nolito?-Perguntei eu.

-Já saiu!-Disse ela.

-Ele veio dormir a casa?-Perguntei eu.

-Não te vou mentir. Ele só veio a casa de manhã para mudar de roupa e foi para os treinos.-Disse ela.

-Vou à procura dele!-Disse eu, saltando do sofá e indo a correr para o meu quarto. A meio do caminho senti uma dor forte na barriga.

-Ai!-Disse eu pondo a mão na barriga encostando-me à parede.

-Sofia! Estás bem?-Perguntou a Maria que apareceu no corredor entretanto.

-Estou só com umas dores na barriga.-Disse eu.

-Anda cá! Vamos para a sala!-Disse ela amparando-me e levando-me para a sala.

-Senta-te aí! Tens de te acalmar!-Disse ela.

-Eu preciso de ir à procura dele, eu preciso.-Disse eu.

-Ele assim que acabar o treino deve vir logo para casa.-Disse ela.

-E se não vier? Ai!-Perguntei eu, sentindo outra dor mais forte.

-Tenho a certeza que ele vem. Não achas melhor ir-mos ao hospital?-Perguntou.

-Não. Isto já passa.-Disse eu.

-Tens a certeza?-Perguntou ela. Eu não consegui responder porque-me deu outra dor.

-Ai agora é que vamos mesmo!-Disse ela.

-Não!

-Sim! Vou lá dentro avisar o Miguel.-Disse ela, indo lá dentro e voltou uns minutos depois.

-Vamos!-Disse ela.

Muito contrariada mas lá fui eu para o hospital. Apanhá-mos um taxi e depressa chegámos ao hospital. Fui logo atendida enquanto que a Maria teve de ficar na sala de espera.

[MARIA]
As dores da Sofia deixaram-me muito preocupada e, principalmente, por estar grávida de trigémeos. Ela entrou lá para dentro e eu fiquei na sala de espera há espera de notícias que ainda iam, de certeza, demorar. E agora o que fazia eu?  Dizia alguma coisa ao Nolito? A Sofia provavelmente não queria que lhe dissesse nada. Mas é o marido e os pai dos filhos dela. 
Agarrei no telemóvel e decidi enviar-lhe, simplesmente, uma mensagem.


Se realmente amas a tua mulher e 
os teus filhos 
vem ter connosco ao Hospital.

Ass: Maria

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Olá!
Espero que tenham gostado.
O que acharam do passado da Sofia? E da reacção do Nolito? E estas dores da Sofia será algo grave?
Deixem os vossos comentários! 
Besos!!

terça-feira, 23 de julho de 2013

31-"Ainda há um espaço para mais um?"

Eu e a Maria dirigimos-nos as duas até ao jardim onde nos sentámos cada uma num banco. Eu tinha muitas perguntas púara fazer e algumas coisas que gostava de perceber melhor. 
-Queres falar tu ou posso falar eu?-Perguntei eu indo logo directa ao assunto.

-Fala tu! Acho que deves ter mais perguntas para fazer que eu.-Disse ela. Para perceber todas as atitudes que ela teve no passado estava disposta a fazer-lhe um bombardeamento de perguntas.

-Porque é que desapareces-te na altura em que eu mais precisava de apoio e que o o único que tinha era o teu?-Perguntei eu.

-Desculpa! Eu sei que não o devia ter feito mas também sabes muito bem que nessa altura a nossa amizade já não era o que era antes. Tu já não desabafavas comigo e poucas coisas partilhavas comigo.-Disse ela.

-Sim é verdade. Mas também sabes que tudo ido aconteceu na altura que entras-te para a faculdade, não podia-mos estar muito tempo juntas e quando o estávamos eu só queria momentos alegres e de diversão, nada de falar de problemas porque os conseguia guardar para mim até ao dia que aconteceu aquilo que, provavelmente, se eu tivesse tido alguém ao meu lado não tivesse acontecido.

-Não me podes culpar a mim por esses erros que cometes-te.Pensei que tal como conseguis-te ultrapassar os outros problemas também irias conseguir desta vez, em vez de teres metido no que te metes-te.-Disse a Maria.

-Eu só queria ajudar os meus pais. Mas ainda bem que me arrependi a tempo ou quase a tempo. E depois porque é que não me visitas-te no hospital?-Perguntei eu.

-No dia em que tudo aconteceu e depois foste parar ao hospital, foi no dia em que eu desisti de tudo e fui para Madrid. Soube de tudo pelas notícias mas decidi não aparecer no hospital, sei que estavas chateada comigo e eu ligava todos os dias para o hospital a saber como estavas mas pedi sempre para não me te dizerem que eu liguei.

-Agora que já percebi essa parte, podes me explicar como é que tu sabias da minha história toda e nunca percebes-te que o homem com quem estavas e de que tiveste um filho e com quem ainda estás hoje é meu irmão?-Perguntei eu.

-Porque eu fui muito estúpida. Quando soube que o Miguel andava à procura de uma pessoa, eu não quis saber da história, não quis saber se era algo bom ou mau mas não o impedi de continuar a procurar porque fui egoísta, tive medo que fosse alguém que pudesse estragar tudo o que tínhamos construído os dois.-Respondeu ela.

-Tens a noção que se tivesses querido saber não tinham passado tantos anos sem nós nos vermos?-Perguntei eu.

-Tenho. Desculpa! Desculpa!-Pediu ela.

-Também tens a noção que não vai ser fácil desculpar-te isto tudo?-Perguntei eu.

-Sim tenho. Só quero que não fique um mau ambiente entre nós agora que já tivemos esta conversa.-Disse ela.

´
Ainda trocá-mos mais algumas palavras mas depois regressá-mos à sala onde ainda estava o Nolito e o meu irmão, via-se que estavam ansiosos pelo nosso regresso.
-O Tiago?-Perguntou a Maria assim que chegou à sala.

-Adormeceu. Está a dormir no quarto.-Disse o meu irmão.

-Eu vou para o quarto descansar um pouco.-Disse ela.

-Espera! Eu vou contigo!-Disse o Miguel.



Eles saíram os dois e fiquei apenas eu e o Nolito. Sentei-me ao lado dele a pensar naquela conversa. 
-Estás a pensar no que?-Perguntou o Nolito.

-Nada!-Disse eu.

-Nada? Há algum problema?-Perguntou ele.

-Não.

-Como é que correu a conversa?-Perguntou ele.

-Bem. Consegui esclarecer tudo o que eu queria.-Disse eu.

-Mas quem é afinal a Maria? De onde é que a conheces?-Perguntou o Nolito.

-A Maria era minha amiga à 8 anos até ao dia que desapareceu da minha vida na altura em que mais precisava de apoio e que alguém que me desse na cabeça e dissesse "não faças isso, é o pior erro que vais cometer".-Disse eu. O Nolito fez uma cara de espantado e ao mesmo tempo curioso em relação aos erros que eu tinha cometido. Eu nunca lhe contei nada disto, nunca achei importante ele saber disto e até agora nunca calhou contar-lhe.

-Que erros?-Perguntou ele. Nesse momento o meu telemóvel começou a tocar e eu fui atender. 


Assim que olhei para o visor do telemóvel fiquei surpresa ao ver que era a minha mãe Atendi e estivemos poucos minutos ao telefone porque ela só me fez uma pergunta e desligou o telefone.
-Desta é que eu não estava à espera!-Disse eu.

-Quem era?-Perguntou o Nolito.

-A minha mãe! Quis a nossa morada, diz que está no aeroporto para vir para cá.-Disse eu

-Disseste-lhe que o teu irmão está cá?-Perguntou ele.

-Não. Ela não me deu tempo.-Disse eu.

-Bem agora vamos mas é voltar à conversa que estávamos a ter à bocado.-Disse o Nolito.

-Vou é começar a prepara o jantar.-Disse eu, levantando-me e indo a correr para a cozinha. Queria tentar não falar deste assunto, não sabia qual seria a reacção do Nolito aos piores erro que cometi.

Enfiei-me na cozinha a preparar o jantar. 40 Minutos depois já estava tudo adiantado e o jantar no forno quando fui até à sala onde estavam todos. O Nolito estava com cara de chateado.
-O Jantar já está no forno!-Disse eu.

-Em que é que eu posso ajudar?-Perguntou a Maria.

-Só falta por a mesa.-Disse eu.

-Eu faço isso!-Disse ela.

-Então põe a mesa para 6!-Disse eu

-Seis?-Perguntou o meu irmão.

-Pois esqueci-me de te dizer mas a mãe ligou e estava a vir para cá.-Disse eu.

-Vou jantar fora!-Disse ele, levantando-se.

-Senta-te lá!-Disse eu empurrando-o para o sofá.

-Ouvimos o que ela tem a dizer e depois logo decidimos se a perdoa-mos.-Disse eu. Ele assentiu com a cabeça.

Depois de 15 minutos de conversa entre todos, a campainha tocou. Só podia ser a minha mãe. Fui à porta, era ela!
-Filha!-Disse ela, abraçando-me.

-Tens visitas?-perguntou depois de os ouvir a falar na sala.-Desculpa ter vindo incomodar.

-Tenho. E não incomodas. É o Miguel, a mulher e o filho.-Disse eu.

-Ainda bem que ele também cá está, assim falo com os dois ao mesmo tempo.-Disse ela. Fomos até à sala onde estavam todos.

-Boa Noite a todos!-Disse a minha mãe.

-Boa Noite!-Disseram todos.

-Filho preciso de falar contigo e a com a tua irmã.-Disse ela.

-Nós deixamos-vos à vontade!-Disse o Nolito, saindo da sala com a Maria.

-Eu vou ser rápida, não quero ocupar muito o vosso tempo.-Disse ela

-Diz lá o que tens a dizer.-Disse o meu irmão.

-Eu percebi que não tinha razão naquilo que te acusei.-Disse ela para o meu irmão.-E percebo que não me queiras perdoar.

-E filha desculpa ter insistido que eu é que tinha razão quando foste falar comigo e desculpa pelos anos todos que te fiz perder o contacto com o teu irmão.-Disse desta vez para mim.-Agora que eu já disse tudo, vou-me embora.-Levantou-se e caminhou até à porta. Não estávamos nada à espera que ela fosse directa ao assunto assim tão rápido.

-Espera! Eu perdoo tudo! Eu agora tenho o meu irmão! Estou feliz e não quero mais problemas, nem afastamentos.-Disse eu, para surpresa dos dois.

-A sério?-eu abanei a cabeça que sim, enquanto me dirigia a ela.-Não imaginas o quanto isso me deixa feliz.-Dei-lhe um abraço. Quando separa-mos os nossos corpos, o meu irmão estava perto de nós.

-Ainda há um espaço para mais um?-Perguntou ele, o que gerou um sorriso enorme em mim e ainda maior na minha mãe. Nós nada dissemos, apenas abri-mos um espaço para ele se poder chegar mais a nós e abraçámos-nos os três.

-Eu perdoo tudo também! Eu só quero ser feliz! Todos bem, a família toda bem.-Disse ele. É tão bom ter a família toda junta, sem conflitos.-Disse ele.


Depois desta conversa fomos jantar. O jantar correu muito bem e estávamos todos muito felizes. A família estava unida. No fim do jantar deixei a minha mãe a conversar com o meu irmão e fui para o meu quarto dormir. O Nolito veio atrás de mim.
-Já podemos acabar a nossa conversa?-Perguntou o Nolito.

-Eu preferia não ter esta conversa. Não quero que te chateies por nunca te ter contado este erro que cometi no passado que foi grave. -Disse eu.

-Que é grave já eu sei mas conta.-Disse ele.

-Então aqui vai... (continua no próximo capítulo)


Espero que tenham gostado e que comentem. Os vossos comentários são importantes.

sábado, 20 de julho de 2013

30-"Ainda entra aqui alguém a pensar que está a haver um jogo de futebol em vez de uma ecografia"

-Bom Dia!!-Disse eu. Cumprimentei o meu irmão com dois beijinhos.

-Esta é a Maria!-Disse o meu irmão. Ia a cumprimentar a mulher dele mas quando olho com mais atenção para a cara dela, reconhecia-a. Era ela. A Maria que eu conhecia.Não podia ser, mas era.


-Maria?!-Interroguei-me eu.

-Sofia?!-Interrogou-se ela.

-Vocês conhecem-se?-Perguntou o meu irmão. O Nolito olhava para mim muito atento e percebi que queria fazer a mesma pergunta.

-Sim.Mas esse assunto fica para outra altura.-Disse eu. Para desviar a conversa decidi conhecer finalmente o Tiago: o meu sobrinho. Ele estava de mão dada com o meu irmão. 
Baixei-me um pouco para ficar à altura dele. Que lindo que ele é: olhos castanhos, cabelo castanho e aos caracóis. Estava bastante envergonhado e um pouco confuso com aquela conversa que se gerou no início.
-Olá! Tu és o Tiago não és?-Perguntei eu.Ele ficou ainda mais envergonhado e agarrou-se ainda mais ao meu irmão mas acabou por me responder.

-Sim.-Disse ele.

-Dá-lhe um beijinho.-Ele deu logo, parece que gostava muito de beijinhos e mimos.-A Sofia é tua tia. E o Nolito teu tio.-Disse o meu irmão.

-É?-Perguntou ele confuso. Nunca nos tinha visto.

-Sim.

-Boa! Agora tenho duas tias e dois tios!-Disse o Tiago dando um abraço a mim e outro ao Nolito. Ele estava mais sorridente e um pouco mais à vontade.

-É melhor levar-vos ao quarto onde vão ficar para se poderem instalar.-Disse o Nolito.

Fomos até ao quarto de hóspedes onde os deixámos à vontade para se instalaram e desfazerem as malas. Eu e o Nolito descemos até à sala onde lhe contei tudo sobre a Maria e de onde a conhecia. Espero que esta estadia deles seja pacífica. Embora eu não queira arranjar confusão com a mulher do meu irmão, vamos ter de ter uma conversa senão o ambiente fica pesado e nem ele nem nós estamos confortáveis com esta situação.
-Então e agora? Não vais falar com a Maria?-Perguntou o Nolito.

-Hoje não! Amanhã!-Disse eu.

-Tu é que sabes! Olha eu marquei para amanhã de manhã a consulta dos 4 meses.-Disse ele.

-Boa!-Finalmente íamos voltar a ver os nossos minimeus, agora já devem estar muito maiores.

-Será que já dá para ver o sexo deles?-Perguntou o Nolito.

-Não sei. Mas pode dar, se não se esconderem.-Disse eu a sorrir.

-Eu gostava que fosse dois meninos e uma menina.-Disse o Nolito.

-Eu gostava que fosse um menino e duas meninas.-Disse eu.

-Vamos ver quem ganha!-Disse ele a sorrir.

-Mas também o que interessa é que sejam saudáveis!-Disse eu.

-Sim isso é o mais importante!-Disse o Nolito dando-me um beijo a mim e depois na barriga.


Depois desta conversa com o Nolito fiz o almoço e almoçá-mos os 5 mais os minimeus somos 8! Que família enorme!
Depois do almoço estivemos à conversa no jardim e mais tarde foi hora de estrear a piscina. Eu estive um pouco na piscina mas depois saí e estive deitada ao sol no jardim enquanto eles se divertiam em brincadeiras na água.



Eu


                                       
Meu irmão e a Maria

Eu e o Nolito

Assim que começou a ficar frio fomos todos para dentro tomar banho e preparar o jantar.
Depois de jantar estivemos pouco tempo à conversa porque estávamos todos um bocado cansados por causa do dia na piscina (principalmente o Tiago que adormeceu logo que se sentou no sofá) e eu por causa da barriga, também, que me começa a dar algumas dores de costas.


No dia Seguinte...
Acordá-mos às 10h, vestimos-nos, tomá-mos o pequeno-almoço e saímos para ir fazer a ecografia. Agora com uma médica diferente mas que segundo o Nolito ainda é melhor que a outra. O que interessa é que esteja tudo bem com três bebés.
Assim que la chegá-mos esperá-mos apenas 10 minutos e chegou a nossa vez.
-Buenos Dias!-Disse a Médica.

-Buenos Dias!-Responde-mos os dois.

-Então vamos lá ver como estão esses três bebés.-Disse ela.Deitei-me na maca e a médica fez todos os procedimentos até começar-mos a vê-los no ecrã. O Nolito fez logo um sorriso enorme. 

-Agora vamos ouvir o coração de cada um deles.-Disse a Médica.


-Isso é coração?-Perguntei eu. Ouvia-se tão bem, foi um momento lindo em que nem o Nolito nem eu conseguimos controlar umas lágrimas que nos queriam cair.

-Agora vou ver o tamanho deles e ver se estão a crescer bem.

-Há algum problema doutora?-Perguntei eu.Ela já estava a algum tempo a olhar para o ecrã e a fazer vários registos mas nada nos dizia.

-Dois dos bebés estão a crescer muito bem e estão com o peso ideal.-Disse a Médica.

-E o outro bebé? Não nos esconda nada.-Pediu o Nolito.

-O outro está um pouco mais pequeno-as nossa caras mostraram logo preocupação- mas como ainda está de quatro meses ele ainda tem tempo de crescer.-Disse a médica a sorrir. Como nós não reagimos a médica a médica continuou a explicação.

-Mas não fiquem preocupados porque as vezes há um que não cresce logo muito mas depois nos últimos meses de gestação cresce muito e fica maior que os outros.-Disse ela a sorrir. Continuávamos preocupados mas um pouco mais aliviados. Só nos restava esperar que ele crescesse mais e não podia ficar ansiosa senão era pior.

-E já dá para ver o sexo deles?-Perguntou o Nolito. Só o Nolito para perguntar isto depois de saber-mos que um deles não está a crescer como devia.

-Vamos lá ver isso!-Disse a médica.

-Já dá para ver sim!-Disse ela.

-Diga!-Disse o Nolito, com um grande sorriso.

-Então temos aqui um grande rapazão!-Disse ela.

-Boa! Nolito remata à baliza e ggolllooo!! Nolito 1, Sofia 0!-Disse ele sempre a sorrir e pondo a língua de fora para me picar.

-Agora temos aqui os outros dois que se estão a esconder.-Disse ela.

-É pena! Queria tanto saber, mas saber de um já é bom!-Disse ele.

-Esperem! É uma menina!-Disse ela.

-Sofia faz falta sobre o Nolito e o árbitro nada marca. Ela segue sozinha para a baliza, remata e faz o golo do empate.-Disse ele a sorrir.

-Que parvo!-Disse eu.

-E agora? Dá para saber do outro? Temos de desempatar.-Disse o Nolito.

-Não está fácil! Está a querer que fiquem sem saber.-Disse a Médica.

-Vá lá filhote! Mostra lá isso!-Disse o Nolito.

-Nolito! Então?-disse eu.

-Desculpem! Entusiasmei-me.-Disse ele.

-Pois já se percebeu!-Disse eu.

-Parece que ele respondeu ao pedido do pai.-Disse a médica.

-Ele? É um menino?-Perguntou o Nolito.

-Sim!-Disse a Médica.

-Nolito finta o adversário, corre para a baliza, faz um chapéu ao guarda-redes e marca gollllooooo!! Nolito-2, Sofia-1!-Disse ele super feliz e babado.

-Ainda entra aqui alguém a pensar que está a haver um jogo de futebol em vez de uma ecografia.-Disse eu.

-Vá foi uma boa disputa!-Disse ele esticando-me a mão para eu a apertar.

-Parvo!-Disse eu batendo-lhe no braço. A médica ia se rindo com as parvoíces do Nolito enquanto desligava a máquina da ecografia.


A médica ainda me deu mais algumas indicações e conselhos antes de sairmos  Eram já quase 13h quando regressá-mos a casa, o meu irmão, a Maria e o Tiago não estavam deviam ter ido almoçar fora. Eu e o Nolito almoçá-mos os dois em casa enquanto conversávamos sobre os nossos minimeus e começá-mos a pensar em nomes para eles mas nada de definitivo. Quando acabá-mos de almoçar fomos para a sala. Nesse momento chegaram eles os três vindos de almoçar.
-Tiiiiaaaa!! Tiioooo!!-Disse o Tiago assim que entrou, correndo para mim. Nunca pensei que ele se adaptasse tão bem à ideia de ter mais uma tia e um tio. Ele estava muito contente.

-Cuidado com a barriga da tia!-Avisou o meu irmão.

-Vais ter um bebé?-Perguntou ele.

-Sim!-Decidi não lhe explicar que eram três porque ia ser muito confuso para ele, depois mais tarde explicava-lhe.

-Que giro!-Disse ele pondo a mão na minha barriga. Ele depois acabou por esquecer aquele assunto porque se distraiu com umas coisas que estavam a dar na televisão. O Nolito sentou-se a ver televisão também. Era a altura ideal para falar com a Maria.

-Maria! Achas que podemos falar agora?-Perguntei-lhe eu.

-Sim, claro!-Disse ela.

-Vamos lá para fora então!-Disse eu. Dirigimos-nos as duas até ao jardim onde nos sentámos cada uma num banco. Eu tinha muitas perguntas para fazer e algumas coisas que gostava de perceber melhor.