Música

quinta-feira, 14 de julho de 2016

56-"Sejam felizes!"

-Tu...ainda queres ter mais filhos?

-Mais?-A verdade é que não esperava aquela pergunta. Tudo menos aquela pergunta. O trio ainda à pouco tempo tinha feito um ano.

-Sim...ser mãe de novo. Queres?-Ele parecia ansioso por uma resposta minha.

-Não pensei nisso. Eles têm só um ano.- Ele pareceu-me um pouco triste com aquela resposta mas depressa mudei de assunto para que nenhum de nós pensasse mais nisso.


3 Anos Depois (Agosto de 2016)...

Passaram três anos e muita coisa mudou.  Depois de três anos no Celta de Vigo, chegou o momento de mais ambição e o Nolito aceitou a proposta do Manchester City. Casa nova, cidade nova e um processo novo mas tudo trará certamente felicidade.

*Recordações ON (Setembro de 2015)*
Praticamente um ano depois da nossa conversa sobre ter mais filhos e com o trio com dois, traçámos esse objetivo...ter mais um bebé. E com isso muitas complicações. Muitas tentativas e aquilo que mais queríamos (o resultado positivo), não acontecia. Iniciaram-se muitos exames.
-Estás nervosa?- Perguntou-me o Nolito enquanto esperámos a nossa vez para a nossa consulta onde íamos mostrar mais alguns exames que tínhamos feito.

-Claro!- Respondi com o meu mau humor que me caracterizava nos últimos dias por toda esta situação.

-Vai correr bem!- Ele deu-me um beijo na testa e eu aproveitei para o abraçar, era o que eu precisava. Os segundos nos braços dele foram curtos, fomos chamados.


-Como estão?-Perguntou o médico.


-Muito ansiosos. Mas diga-nos os resultados por favor.-Disse o Nolito. O médico nada disse e abriu os resultados, os meus e os dele. Analisou os dois e olhos para nós.


-Com o Sr. Manuel está tudo bem. As dificuldades em engravidar partem de si. Talvez se deva à última gravidez.- Disse-me. Não consegui tirar o meu olhar do chão. O Nolito segurou a minha mão e as primeiras lágrimas escorreram, acabando por cair na mão dele.


-E agora? - Perguntei. Consegui respirar fundo e levantar a minha cabeça.


-Existe outra forma?- Perguntou o Nolito.


-Sim. Mas podem não ter resultados e serão tratamentos mais perigosos e bastante exaustivos. -Troquei olhares com o Nolito mas nada dissemos.-Desculpem perguntar isto mas...acham mesmo necessário passarem por isso, tendo já três filhos?


-Se queremos, não tem nada a ver com isso. -Levantei-me e saí em lágrimas, era uma mistura de tristeza com raiva.



***
Passaram-se duas semanas e apesar de, tal como o médico disse, já termos três filhos...aumentar a família era aquilo que mais queríamos.  Durante estes días não conseguia ser eu nem a minha relação com o Nolito continuou a mesma. Ele era da opinião do médico e acabámos por não falar mais sobre o assunto, até hoje.
-Podemos falar?-Perguntou o Nolito. Ele saía para os treinos e quando voltava brincava com o trio, os momentos a dois já não existiam.

-Agora já queres falar?

-Calma.

-Calma? Passaram duas semanas que soubemos os resultados e nunca mais quiseste falar do assunto. Nem queres saber se estou bem.

-Eu também não fiquei bem, pensaste nisso?-Na verdade nenhum de nós tinha pensado no outro.- A diferença é que eu não cruzei os braços, pensei em soluções.

-Ai é?

-Sim. Eu não quero que passes por momentos complicados como iam ser os tratamentos que podiam não correr bem e pensei numa solução.

-Podermos ter o nosso filho nos braços não recompensava tudo isso? Mas diz a solução que eu não estou a ver.

-E se a gravidez não corresse bem? Ias abaixo de novo e eu não te quero ver mal. Claro que desta forma também será um processo cansativo psicologicamente mas...- Ele não tinha noção do quanto me estava a enervar por não dizer logo a solução.- Podíamos adotar!

-Adotar?- Sorri. Como é que eu nunca tinha pensado nisso.

-Um sorriso aleluia!- Desmanchamo-nos os dois a rir. Acabei por o abraçar enquanto chorava, de felicidade.

*Recordações OFF*

Estamos em Agosto, mês do calor e nós em Manchester. 1 Semana nesta cidade e era tudo tão diferente. Depois de um ano de muita luta, estamos também perto de ter a nossa menina na nossa casa. 

-Mãe!-Disse o trio ao mesmo tempo assim que se sentou no banco em frente a nós no jardim da nossa nova casa, o que fez com que olhassem todos uns para os outros e chamassem a nossa atenção.
-Falta muito para a mana vir para nossa casa?-Perguntou o Diego. Sorrimos com a pergunta dele.

-Não. Amanhã vamos buscá-la.- Respondeu o Nolito.

-Será que ela ainda se lembra de nós?- Perguntou a Diana. Tinha passado alguns meses desde que os tínhamos levado à instituição onde a menina estava.

-Claro que sim! Vocês vão recebê-la bem não vão?- Perguntou o Nolito.

-Sim! Vamos brincar muito com ela!- Disse o Diego.

-Meninos venham lanchar!- Era a Ana, a madrinha do Pablo, estava de visita e a ajudar muito em tudo o que podia! Iria ser uma preciosa ajuda para pudermos ir a Lisboa.

-Mãe? Pai? Posso dar um abraço?-Perguntou o Pablo que ainda não se tinha pronunciado, depois do Diego e da Diana correrem para a cozinha. Era dos três, o que mais pedia mimos.

-Claro!-Respondeu o Nolito. Demos um abraço em conjunto, enquanto a Diana e o Diego já corriam para dentro de casa.

-Mas há alguma razão para este abraço?-Perguntei eu. Ele parecia estranho.

-Quando a mana chegar não vais dar só atenção a ela pois não?-Perguntou muito despachado, fazendo-nos sorrir.

-Não! Eu vou dar atenção a todos vocês!

-E tu Pai? 

-Também! Não é por a mana chegar que não vamos querer saber de vocês, gostamos de todos da mesma maneira! São os nossos filhos lindos!

-Boaa!!-E saiu a correr direto à cozinha onde o lanche o esperava. Desmanchamo-nos a rir. 

-Estás preparada?- Perguntou o Nolito.

-Para receber a menina?

-Acho que sim mas...

-Mas?

-Mas tenho medo de não conseguir ser a mãe que ela precisa e não lhe dar o ambiente certo.

-Achas? A Iara adora-te desde o primeiro dia que visitamos aquela instituição.


*Recordações ON*
Estacionámos o carro em frente à instituição e saímos, hoje era o dia de conhecermos a nossa menina. Entrámos e enquanto não éramos recebidos decidimos caminhar um pouco por aquela sala onde havia algumas crianças a brincar. O Nolito caminhou para um lado e eu para outro, o meu olhar tinha-se prendido a uma menina de raça negra que estava numa sala no seu berço.
-Sofia?

-Sim?- O Nolito chamava-me. Virei-me e encontrei-o no fundo da sala à minha procura.

-Estou aqui!- Ele veio ao meu encontro, olhando para a menina.

-É esta a menina que nos falaram?

-Não sei! Mas esta menina é tão linda!- Apenas sabíamos que a sugestão era para uma menina de raça negra com 9 meses.- Achas que possa entrar?

-É melhor não!

-Boa Tarde! Já vi que já conhecerem a vossa menina!- Falou uma senhora que apareceu atrás de nós, assustando-nos um pouco. Cumprimentamos-a.

-É esta nossa menina?-Perguntei.

-Sim, pensei que soubessem.

-Não. Mas é tão linda! Posso entrar?

-Claro! -A senhora abriu-me a porta e em entrei. O Nolito ficou por breves momentos apenas a observar.

-Olá bebé!-Assim que falei a menina sorriu. Olhei para o Nolito que também sorria, entrando de seguida. 

*Recordação OFF*

-Isso não quer dizer nada!-Disse eu.

-Quer sim! Vocês gostaram uma da outra logo e tenho a certeza que não aconteceu por acaso!

-Obrigada por todo o apoio que me deste durante o processo de adoção!

-Estamos juntos em tudo e para tudo, já sabes!

Partimos, ainda naquela noite, para Lisboa. Passámos a noite na casa dos meus pais mas a verdade é que pouco ou nada dormimos, ambos estávamos ansiosos. 

No Dia Seguinte...
Eram 09h quando nos despedimos dos meus pais e rumámos à instituição em que a Iara estava. Assim que lá chegámos fomos recebidos pela responsável que nos deu os parabéns por tudo o que lutámos para que este dia chegasse.
-Vamos buscá-la?

-Sim!-Respondemos os dois sorridentes.

-Iara onde estás tu?

-Aqui!- Respondeu aparecendo ao fundo do corredor. E que grande que ela estava! Já não a víamos à quatro meses e agora com um ano e meio, ela já caminhava embora um pouco trapalhona. 
-Olá minha menina!-Ela parou por momentos, onde estava, a olhar para nós. Talvez já não nos reconhecesse. 

-Já não te lembras de nós?- Perguntou o Nolito. Baixando-se um pouco.

-Mamã e Papá empetados?- Correu na nossa direção e deu-nos um abraço. Naquele momento apenas consegui deixar cair algumas lágrimas, ela lembrava-se de nós!

-Ela tem falado muito em vocês e chama-vos mãe e pai emprestados!-Disse a responsável.Sorrimos.

-Chorar mamã? Tiste?-Perguntou a menina ao ver as minhas lágrimas.

-Não! A mãe está muito feliz!

-Iara também!-Voltámos a sorrir. 

-Têm aqui a mala da Iara! Espero que voltem para nos visitar!

-Voltaremos de certeza! Obrigada por tudo!- Despedimo-nos com um forte abraço e saímos. Colocámos a menina na cadeirinha do carro e rumámos ao aeroporto.

Íamos a caminho do aeroporto quando o meu telemóvel toca, era a Joana. Apesar da distância que nos separa, continuamos a falar muito.
-Olá Ju! Como é que estás?

-Olá linda! Aqui no fim do mundo mas bem!- Ela tinha-se mudado o ano passado com o Lima e a bebé deles para o Dubai onde ele agora jogava no Al Ahli.-E tu? Já estás com a tua menina?

-Sim, vamos agora a caminho do aeroporto para voltar a Manchester.

-Espero que corra tudo bem!

-Obrigada! Com vocês também!- Dissemos para depois nos despedirmos. As chamadas eram sempre curtas pelos valores que pagávamos e porque teríamos noutra altura oportunidade de falar no computador. Tínhamos chegado ao aeroporto.

-Onde vamos?-Perguntou a Iara assim que entrámos no aeroporto.

-Para casa!-Respondi eu.

-E vamos de avião! Já andaste?- Perguntou o Nolito.

-Não! Iara tem medo!-Disse agarrando-se à minha perna.

-Não tenhas! O pai e a mãe estão contigo!

Peguei nela ao colo e entrámos no avião. Depressa adormeceu, talvez por ter acordado cedo, e ainda bem porque a viagem foi inicialmente um pouco atribulada. Mas no fim tudo correu bem e três horas depois aterrámos no aeroporto de Manchester.
-Onde estamos?-Perguntou ela.

-Estamos em Manchester.

-Man...Manche..ter?

-Isso linda! É onde nós moramos e o pai trabalha!-Entrámos no carro, onde o Nolito conduziu durante 10 minutos até casa.

Assim que entrámos, tivemos uma grande surpresa! A casa estava enfeitada e a mesa posta pronta para nos receber. A Iara estava encantada com as cores dos balões.
-Bem-vindos!- Disse a Ana e o tri. A Iara assustou-se um pouco mas sorriu logo de seguida, sendo abraçada por todos.- Tudo para a mesa!- Todos se sentaram e eu e a Joana fomos até à cozinha buscar a comida.

-Correu tudo bem?- Perguntei eu. 

-Um bocadinho de trabalho mas nada que eu não faça com muito gosto!


-Obrigada por tudo a sério!

-Não tens nada que agradecer!- Abracei-a.-Mas olha que depois de almoçarmos tenho de ir logo embora!

-Vais para Lisboa?

-Não. Vou para a Rússia.-Disse ela como se fosse aqui ao lado.

-Rússia?-Perguntei.- Calma, calma! Rússia não é onde está o Ezequiel?

-Sim.-Disse a sorrir.

-Vocês já se reconciliaram?

-Não mas temos falado bastante nos últimos dias. É como se nos tivéssemos a conhecer de novo.

-Não dou muitos dias para que já estejam juntinhos!

-Não sei!

Fomos para a mesa onde almoçámos todos muito animados. Éramos sete naquela mesa, o que me deixava muito feliz por ter a casa cheia!
-Podemos ir brincar com a mana?-Perguntou o Diego depois já terem terminado de almoçar à algum tempo e já estarem um pouco aborrecidos.

-Iara queres ir brincar com os manos?

-Simm!!-Respondeu entusiasmada. 

-Mas brinquem aqui na sala. -Queria poder estar de olho e perceber se ela se adaptava bem. A Diana deu a mão à Iara para a ajudar a sair da cadeira e assim foram de mãos dadas brincar mais os irmãos.
-Agora está na minha altura de me despedir!-Disse a Ana, deixando-me um pouco triste. Não só pela ajuda mas também pela companhia, estava a adorar tê-la aqui em casa. Ela despediu-se do trio e da Iara e depois de nós.

-Resolve lá as coisas com o Ezequiel!- Disse o Nolito.

-Como é que sabes?-Perguntou ela.

-Ele tem falado comigo.

-Nem quero saber o que ele disse.

-Não queiras não!-Disse o Nolito na brincadeira. Abraçámo-nos os três e era mesmo difícil aquele momentos mas teve de ser. Ela pegou na mala dela e foi até à porta. Vimos ela passar para o outro lado da porta e muito depressa voltar a aparecer.

-Sejam felizes!

-Tu também!

Fechou a porta e lá foi ela também em busca da sua felicidade. Na nossa casa sempre abonou a felicidade, agora ainda mais. É verdade que nem sempre mas o sob o lema de que se todos juntos lutarmos contra tudo e todos os que nos querem mal, seremos sempre felizes! Sejam felizes também!

---------------------------------------------FIM---------------------------------------------
Olá a Todas!
É verdade, hoje chega ao fim a primeira fic que escrevi!
3 Anos e alguns meses depois decidi que estava na altura de escrever um fim para esta história. O fim que está neste capítulo é aquele que eu sempre imaginei...o que me deixa muito feliz! 
Quero agradecer do fundo do coração, mesmo que nesta altura já sejam poucas pessoas que a lêem e comentam, a cada uma das pessoas que desde o início desta história leram, comentaram e apoiaram! Foram vocês que, apesar de ainda hoje ainda não ter a melhor escrita, me ajudaram a melhorar e a crescer um bocadinho mais neste mundo! Muito obrigada!
A quem quiser já sabem que podem acompanhar as minhas outras histórias!
Sofia

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

55-"E eu sempre tive a certeza que eras forte!"


[NOLITO]
-Tive um pesadelo horrível. Daqueles que parecem realidade.

-Que pesadelo?

-Que a minha mãe tinha morrido. Foi tão mau.-Fez uma pausa e continuou.-Foi um pesadelo não foi?-Perguntou-me ela assustada. Sentei-me ao seu lado e peguei na mão dela.


-Não. Infelizmente não.-As lágrimas que desataram a correr-lhe pela cara pareciam não ter fim. Encostei-a ao meu peito e procurei reconfortá-la de alguma maneira. 

-E agora?

-Agora tens de ser forte. Eu estou aqui ao teu lado e tens os nossos filhos.- Tanto chorou que acabou por adormecer. Apenas o pai dela foi ao funeral, eu tinha de ficar ao lado dela caso ela acordasse.

1 Mês Depois...
Um mês passou desde aquele dia. A primeira semana foi, por parte da Sofia, de muita tristeza mas também muita revolta. Ela queria entender o porque de aquilo que estar a acontecer e simplesmente não havia resposta para isso. Eu tentava reconfortá-la e mostrar-lhe que ela me tinha ao seu lado mas ela recusava qualquer tipo de apoio. Foi um mês complicado para ela, para mim e para nós. A nossa relação praticamente deixou de existir naquele mês, tinha de ser assim até ela recuperar.

[SOFIA]
Esta talvez tenha sido a noite em que consegui dormir melhor e acordar com alguma força para enfrentar a vida.
Levantei-me, o sol que vinha da janela puxou-me para espreitar sobre ela. Estava um lindo dia e quando reparei com mais atenção pude ver os meus três filhos a darem os seus primeiros passos. Também consegui ver o Nolito que parecia um pouco em baixo.
Foi ai que me apercebi o que andei a perder neste mês que passou. Eles estavam a crescer e eu não estava a acompanhar. O Nolito estava em baixo, cansado tudo por minha causa. Estava na altura de enfrentar o mundo lá fora.

Corri até à casa banho onde tomei um banho rápido e me vesti para depois ir até ao jardim onde eles ainda estavam. Foi com alguma dificuldade que enfrentei aquele sol depois de um mês sem sair de casa. Corri até junto deles que agora estavam sentados numa pequena manta. Dei um beijo a cada um deles e sorri para o meu pai e para o Nolito que retribuíram o sorriso.
-Nolito, podemos falar?

-Claro!-Afastamo-nos um pouco e antes de dizer o que quer que fosse, só o consegui abraçar.
-Desculpa o que te fiz passar neste mês. 

-Desculpa do que? Estás a ver este anel, as juras que fizemos? Não é por acaso, eu prometi estar contigo na felicidade mas também na tristeza. E é isso que estou a fazer.

-Mas afastei-te de mim, eu sei. Mas agora só vos quero ao meu lado. Sem vocês é muito mais difícil ultrapassar isto.

-Foi o primeiro mês, eu sei que doí e o que se sofre. Nós estamos aqui para te receber de volta na nossa vida.

-Pela minha mãe, eu vou enfrentar esta dor da melhor maneira que eu conseguir.

-Gosto de te ouvir falar assim! Nós vamos estar sempre aqui!

-Obrigada! Sempre tive a certeza que "escolhi" a pessoa certa para estar ao meu lado e ser pai dos meus filhos!

-E eu sempre tive a certeza que eras forte!

-Amor, eu sei que só passou um mês mas eu precisava de sair daqui, de uns dias só contigo.

-Sair daqui?

-Sim. Estava a pensar em aproveitar a prenda de Natal que me deste.

-Tens a certeza disso?

-Sim. Preciso mesmo de mudar de ares.

-E os meninos?

-Eu queria estar com eles também mas vou aproveitar enquanto não vamos para os mimar muito. Estava a pensar pedir há Joana para vir até aqui mas ela agora tem a Maria.

-Eu posso pedir à minha avó.-Disse o Nolito.

-Ela não se importa?

-Não, até vai ficar contente. Já deve ter saudades deles. E onde é que queres ir?

-Escolhe tu. Algo calmo.

-Vou tratar de tudo.-Dei-me um beijo e foi até ao andar de cima. Tal como eu tinha dito, passei mesmo o resto daquele dia a mimar o trio e a recuperar o tempo perdido.

...
-Sofia, está tudo tratado!

-Quando vamos?

-Amanhã à tarde. Não marquei viagem de volta, quando quiseres voltar voltamos.

-Destino?

-Heraklion, ilha de Creta na Grécia. É calminho como pediste.

-És doido! Não era preciso irmos tão longe.

-Foi também para compensar a viagem que tínhamos planeado antes.


***
Eram 23 horas quando aterramos em Heraklion. A vista era tão linda que eu não queria sair do aeroporto. Mas tínhamos muito mais para conhecer no dia seguinte. Quando chegamos perto do hotel onde iríamos ficar mais uma vez me perdi a contemplar a vista.
-Sofia! 

-Sim?- Respondi viram-me para trás. O Nolito esperava por mim à porta do hotel com as malas.

-O que é que queres? Trazes-me para um sitio destes e queres que esta beleza me passe à frente sem eu apreciar.

-Não mas tens tempo amanhã.

-Qual é a tua pressa?

-Queria aproveitar o resto da noite para nós.

-Nolito! 

-Não é nada do que estás a pensar!-Entramos no hotel e depois do check-in feito, fomos até ao nosso quarto.

Depois de nos instalarmos, percebi a intenção do Nolito. Deitarmo-nos e mimar-me até eu adormecer. Foi isso mesmo que aconteceu. 

No Dia Seguinte....
Eram não sei bem que horas porque ainda mal tinha acordado quando comecei a sentir uma mão a passear nas minhas costas e beijos a serem depositados na minha bochecha e depois nos meus lábios.
-Bom Dia mi amor!-Disse o Nolito.

-Bom Dia! Já vi que acordaste muito bem disposto.

-Sim!-Disse, esboçando um grande sorriso e pondo agora a mão no meu rabo.

-Mas tu queres alguma coisa?

-Querer até queria mas não sei se queres.

-Eu quero...aquele pequeno-almoço que está lá fora à nossa espera.-Respondi saltando da cama e indo a correr até à varanda e ele fez o mesmo.
-Não faças essa cara. Sabes que estou a passar por um momento difícil. Vim para aqui para espairecer e para estarmos os dois mais sozinhos mas não vim muito a pensar nessas coisas.

-Sim, desculpa.

-Não tens de pedir desculpa. Só te estou a explicar.

-Queria te perguntar uma coisa...

-Assim até parece que nos conhecemos ontem e que não estás à vontade comigo.

-Nada disso! Só não sei se vais levar a mal a minha pergunta.

-Tu...ainda queres ter mais filhos?

-Mais?-A verdade é que não esperava aquela pergunta. Tudo menos aquela pergunta. O trio ainda à pouco tempo tinha feito um ano.

-Sim...ser mãe de novo. Queres?-Ele parecia ansioso por uma resposta minha.
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Olá a Todas!! 
Bem um dia antes da véspera de Natal, tentei dar-vos um capítulo sem tragédia e com um pouco de felicidade e que mostre que nunca devemos baixar os braços perante um problema ou algo que nos deixa triste mas sim enfrentá-lo! Espero que tenham gostado e que deixem os vossos comentários!
Aproveito também para vos desejar um feliz Natal junto dos que mais amam com tudo de bom! E que sejam sempre muito felizes!
Un beso, 
Sofia

sábado, 2 de agosto de 2014

54-"Quero vê-la! Quero falar com ela! Quero ir com ela!"

-Mas não está a ver que a minha mãe não aguenta mais?-Perguntei eu à enfermeira. Ela fez força mas quando voltei a olhar para minha mãe, ela estava de olhos praticamente fechados.-Mãe!- Ela nada me respondeu. Senti ela apertar a minha mão e segundos a seguir, vi a mão dela cair. O bebé estava cá fora mas apenas a enfermeira o levou, os restantes médicos rodearam a minha mãe. Olhei para a máquina que registava os batimentos cardíacos dela e vi aquilo que não queria, não podia ser.



Aquela linha direita que não se mexia não podia querer dizer aquilo que eu estava a pensar. A minha mãe tinha de estar bem.
-Mãe? Ela está bem não está?-Os médicos não me respondiam, o que me deixou irritada.-Respondam-me!

-Tem de ter calma e ser forte!

-Ela está bem não está? Ela só desmaiou não foi? Mãe?-Perguntei agarrando-me à mão dela.

-Não. A sua mãe não aguentou.Ela faleceu.-Não queria, não podia acreditar. Ela é forte, não podia ser, não agora. Agarrei-me a ela e desatei a chorar.-Mãe! Por favor! Não!-Gritava eu. Agarraram em mim e levaram-me até ao corredor onde já estava o meu pai.

-O que é que aconteceu?-Perguntou o meu pai, ao ver-me a chorar. Eu não consegui responder-lhe, foi a médica que o fez. As lágrimas começaram a escorrer-lhe pela cara. Abracei-o mas a dor que estava a sentir não era aliviada como acontecia com os abraços da minha mãe. Tudo era diferente com ela mas ela agora não estava mais. E eu ainda precisava tanto dela.

-Vamos para casa?

-Não. Eu quero a mãe, quero falar com ela.

-É melhor ser amanhã antes do funeral. Devia ir para casa descansar.-Funeral? Eu não queria acreditar em nada do que estava a acontecer e estava palavra era horrível.

-Sim, vamos para casa.

-Não!-Gritei eu. O meu pai pegou-me no braço e puxou-me. Eu não tinha forças para resistir. Força era aquilo que mais me faltava naquele momento.


Saímos do hospital e entramos no carro. O caminho para casa foi passado a chorar e a recordar bons e maus momentos com a minha mãe. Momentos lindos e carinhosos. Mas também momentos em que preferi outras coisas em vez de estar com a minha mãe e em que não dei o valor que ela merecia. Havia muita coisa que não cheguei a fazer e ainda queria fazer mas agora era impossível. Agora o tempo não volta atrás.
Assim que entramos em casa corri para o quarto que sabia que não ia estar ninguém, sentei-me na minha cama, agarrei-me à minha almofada e chorei, não tinha forças para mais nada.

Poucos minutos depois alguém bateu à porta. Não queria falar com ninguém nem queria ninguém ao pé de mim. Queria quem não voltava mais.
-Não quero falar com ninguém!-Assim que disse isto a porta abriu-se e do outro lado surgiu o Nolito.-Por favor, deixa-me sozinha.-Respondi levantando-me.

-Não posso. Eu já sei o que aconteceu. E podes não falar mas deixa-me estar aqui ao pé de ti.

-Se eu soubesse que isto ia acontecer...eu amava-a mais e dedicava-me mais! Só preciso de mais um dia para dizer que a amo mas agora isso já não é possível.

-Calma.-Ele puxou-me para ele e abraçou-me.

-Onde é que vais?-Perguntou-me depois de afastar-mos os nossos corpos e eu caminhar até à porta.

-Quero vê-la! Quero falar com ela! Quero ir com ela!

-Não podes.

-Posso.Nada faz sentido agora.Não consigo continuar sem ela.Preciso muito dela.

-Faz sim. Tens de ser forte. Tens me a mim, vou estar sempre aqui para ti. E, principalmente, tens de ser forte pelos nossos filhos.

-Não tenho forças para nada. 

-Tens de descansar.-Ele saiu e voltou alguns minutos depois.

-Toma isto para descansares melhor.

-Não quero nada.

-É melhor, precisas de descansar.-Acabei por lhe fazer a vontade e tomei aquele comprimido.

[NOLITO]
Ela estava muito alterada e precisava de descansar. 15 minutos depois de lhe dar aquele comprimido, adormeceu.
Eu sabia por aquilo que ela estava a passar. Seu o quanto doí perder alguém que gostamos muito. Passei pelo mesmo quando perdi o meu avó, um pai para mim. E sei o quando precisamos de alguém ao nosso lado para nos ajudar a levantar e com o tempo seguir-mos a nossa vida. E eu só quero fazer o que poder para aliviar a dor dela e estar ao lado dela neste momento difícil.
Desci até à sala onde estava o pai, também muito em baixo e sempre a chorar.
-Como é que está?

-Mal. Eu e a minha mulher podiamo-nos ter separado mas voltamos a estar juntos e eu amava-a mesmo muito. Desperdiça-mos bastante tempo separado e agora que estávamos a aproveitar o tempo perdido, ela desaparece da minha vida.

-Eu não sei o que dizer nestas altura mas tem de ter muita força. A sua filha mas principalmente o seu filho precisa de si.

-Eu já não sei como se muda uma fralda nem como dá o biberon. Já não sei nada. Queria a minha mulher aqui para me ajudar em tudo.

-Eu vou ajudá-lo em tudo o que precisar e vou estar aqui do lado da sua filha também, vou ajudá-la a ultrapassar este momento mau.

-Obrigado.

-Não agradeça.

-Eu agora vou ao hospital tratar das coisas que tenho de tratar e vou ver o meu filho.

-Força!-Ele levantou-se do sofá e saiu. Os próximos tempos iriam ser complicados nesta casa e eu tinha de estar o máximo de tempo por casa. Teria de pedir uns dias no Celta para isso ser possível.


No Dia Seguinte...
Levantei-me eram 9 horas. Tratei do trio, preparei o pequeno-almoço e voltei ao quarto onde a Sofia estava a acordar.
-Bom Dia!-Disse-me sentado-se na cama.

-Bom Dia.Como é que estás?

-Tive um pesadelo horrível. Daqueles que parecem realidade.

-Que pesadelo?

-Que a minha mãe tinha morrido. Foi tão mau.-Fez uma pausa e continuou.-Foi um pesadelo não foi?-Perguntou-me ela assustada.
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Olá a Todas!!
Capítulo pequeno e triste mas espero que de alguma maneira tenham gostado. Fico à espera das vossas opiniões!
Besos!

sábado, 31 de maio de 2014

53-"Se me acontecer alguma coisa, não te esqueças que eu te amo muito."

No fim do jogo tivemos de esperar ainda 20 minutos pelo Ezequiel porque seria na casa dele que iríamos dormir. Assim que ele se despachou fomos até à garagem onde o Nolito pegou no carro e conduziu até lá. 15 minutos depois já estacionávamos na garagem dele.
-Ezequiel posso ir até ao quarto deixar o trio?

-Sim claro que podes, fica à vontade!-Procurei pelo quarto onde deixei o trio que dormia muito serenamente. Mas havia algo estranho que eu tinha reparado assim que o Ezequiel abriu a porta: não estava mais ninguém em casa. Percorri o corredor até à sala onde eles estavam.

-Ezequiel...posso fazer-te uma pergunta?

-Sim, pergunta.

-A Ana?

-Ah esse assunto. Por acaso tenho de falar com vocês por causa dela.

-Diz.-Disse o Nolito.

-Eu e a Ana acabamos. Mas ela pediu para que vos dissesse que não é por nos termos separado que vai deixar de querer continuar a ser Madrinha e que podem contar com ela para tudo o que precisarem.

-Quando a convidei para ser madrinha pensei que a vossa relação era mesmo séria e não fosse acabar assim de um dia para o outro.

-E era séria mas às vezes acontecem coisas que mais vale terminar com tudo, por mais que custe.

-Mas por mim ela continua a madrinha.

-Por mim também!-Disse o Nolito.

-Por mim também. O fim da nossa relação nada muda a excelente pessoa que ela é.

-Queres falar sobre o fim da vossa relação?-Perguntou o Nolito.

-Eu vou até ao qarto ver do trio!-Percebi que o Ezequiel precisava de falar e deixei-os sozinhos.

. . .
No Dia Seguinte (31 de Janeiro de 2013)...
Eram 10h quando acordei. Foi o sol nada normal para um dia de Inverno que me despertou. Vi que não chovia e por isso decidi dar o leite ao trio no jardim e aproveitar um pouco o sol.
Estávamos ali à já quase uma hora quando o Nolito apareceu. Com ele trazia o tablet, aproveitando para nos tirar uma fotografia.
-Buenos Dias!-Disse ele dando um beijo a cada um deles e por fim a mim.

-Buenos dias!

-Tens algum plano para hoje?

-Passear e depois preparar tudo para a meia noite.

-Parece-me bem!-Como o pablo, a Diana e o Diego já dormiam, levámos-os para o quarto. Aproveitá-mos depois para nos vestirmos e preparamos para sair.

-O Ezequiel vem?-Perguntei ao Nolito.

-Não sei. Importas-te se ele for?

-Claro que não!-Descemos mais o trio. O Ezequiel estava na sala ao telemóvel e por isso tivemos de esperar uns minutos.

-Ezequiel queres vir connosco?

-Onde?

-Almoçar e depois passear.

-Sim, almoço com vocês e depois deixo-vos a passearem os cinco.

-Então vamos!

-Sugestões de restaurante?-Perguntou o Nolito ao Ezequiel.

-Aquele ao pé do Estádio da Luz!

-O do costume?

-Sim! Ao menos lá sabemos que comemos bem.

-Então vamos!-Saímos todos de casa, entramos no carro e fomos em direcção ao restaurante.

. . .
Entramos no restaurante e o Ezequiel foi à frente pedir uma mesa. Fomos atrás dele até à mesa. A mesa era para sete pessoas. 
-Mas é preciso uma mesa tão grande só para nós os três?-Perguntei eu.

-Sim.-Respondeu o Ezequiel. Nada mais nos respondeu. Olhamos para ele e ele estava de mão levantada a fazer sinal para alguém. Na porta do restaurante estava o Lima, a Joana com a bebé deles ao colo, o meu irmão e a Maria com o filho deles escondido atrás da perna dela.
-Tia!!Tinha saudades tuas!-Disse o pequeno Tiago, agarrando-se agora à minha perna.

-Eu também tinha saudades tuas!-Disse eu baixando-me ficando da altura dele. Deu-me um beijo na bochecha e eu retribui.-Quem é que preparou isto tudo sem dizer nada?-Perguntei eu. O Ezequiel e o Lima começaram-se a rir.- Só podiam ser vocês!

-Gostaste?-Perguntou o meu irmão.

-Claro! Já tinha saudades tuas!-Dei-lhe um beijo na bochecha e depois abracei-o. Cumprimentei de seguida a Maria e depois o Lima, deixando a Joana para o fim.

-Ser mãe fez-te mesmo bem!-Disse eu abraçando-a.- A Maria é mesmo a tua cara!
Aproveitamos o almoço para pôr a conversa em dia e matar algumas saudades. Depois de almoçar, o Lima, o Ezequiel e o Miguel queriam muito ir à loja do Benfica e por isso lá fomos nós. 

O Nolito, o Miguel, o Lima e o Ezequiel foram para dentro da loja enquanto eu, a Maria e a Joana ficamos cá fora na conversa. Claro que quatro homens dentro de uma loja, ficaram por lá algum tempo, saindo quarenta minutos depois.
-Estávamos a ver que dormiam aí dentro!-Disse eu.

-Isto demorou a fazer!-Disse o Lima.

-Isto o que?-Perguntei o que.

-Os padrinhos decidiram mimar os nossos filhos.-Disse o Nolito. 

-Esta é para a Diana!-Disse o Lima. Abri o saco e era uma camisola do Benfica com o número com que ele joga.
-Obrigada!

-Esta é para o Pablo!-Disse o Ezequiel. Abri e era também uma camisola do Benfica com o número dele.
-Obrigada! 

-E por fim, esta é para o Diego!-Disse o meu irmão. Era a que eu tinha mais curiosidade para ver o número. Nas costas tinha o número 9, o número do Nolito quando jogou no Benfica.

-Obrigada! Eles não podiam ter melhores padrinhos!-Disse eu, deixando-os ainda mais convencidos e babados.

-As camisolas são ainda um pouco grandes. Daqui a mais uns meses, quando tiverem um ano, voltamos cá para eles virem ao estádio com elas vestidas.

-Prometes?

-Sim!-Dei-lhe logo um beijo mesmo ali. Quando olhei para o lado estavam os casais todos aos beijos e o Ezequiel sozinho a segurar as velas.

-Também queres um beijo?-Perguntou o Nolito. Chegou-se perto dele tentando dar-lhe um beijo na bochecha mas ele fugiu logo dele, fazendo com que todos se rissem.

. . .
O resto da tarde foi passada a organizar o jantar e as coisas para a meia noite. Mulheres na cozinha, homens a tomar conta dos bebés: Nolito com a Diana, Ezequiel com o Pablo, o meu irmão com o Diego e o Lima com a Maria. O Tiago ia correndo a casa toda e andava entre a sala e a cozinha.

Depois de jantarmos, a hora da contagem chegou depressa. Tanto os bebés como o Tiago todos já dormiam.
-Cinco!-Disse eu.

-Quatro!-Disse a Joana.

-Três!-Disse o Nolito.

-Dois!-Disse o Ezequiel.

-Um!-Gritou o meu irmão.

-Feliz ano Novo!-Gritamos todos. No ar já se via o fogo de artifício.
-Sofia!-Chamou-me o Nolito. Rodeou-me a cintura com os seus braços e beijou-me.-Feliz Ano Nuevo!

-Feliz Ano Novo para ti também!

-No próximo ano só preciso de ti e dos nossos filhos ao meu lado e claro que corra tudo bem no celta para ser feliz!

-Tu e eles são a minha vida!-Disse beijando-o.

. . .
6 Meses Depois (31 de Maio de 2014)...
Tinham-se passado 6 meses. O ano de 2014 começou menos bem para o Nolito no Celta, os golos não chegavam e as críticas eram mais que muitas. Nos últimos dois meses, tudo mudou e os golos chegaram. Ele é agora, no fim da temporada, o melhor marcador do Celta.
O Pablo, a Diana e o Diego estão quase a completar um ano e estão cada vez mais lindos e muito bem de saúde.
A entrada no novo ano tinha servido também para a minha mãe contar ao meu pai da gravidez. Mais feliz ele não podia ter ficado. A minha mãe está de 8 meses e apesar de alguns sustos, tem decorrido tudo com alguma normalidade.

Acordei eram 10 horas, desci até à sala e encontrei a minha mãe deitada no sofá da sala.
-Bom Dia Mãe!

-Bom Dia!

-Está tudo bem?

-Não. Estou cheia de dores.

-E não nos dizes nada?

-Não tinha forças para isso.

-Tens dores onde?

-Na barriga.

-Aguenta um bocadinho. Volto já.

Fui a correr ao quarto dos meus pais, onde estava o meu pai ainda deitado.
-Pai! Veste-te e põe a mãe no carro!

-O que é que se passa?

-A mãe está cheia de dores.-Sai do quarto, percorrendo o corredor até ao meu quarto onde me vesti a correr.

-Nolito! Tomas conta deles?

-Sim! Mas passasse alguma coisa?

-Vamos com a minha mãe para o hospital.

-Depois diz alguma coisa.

-Sim, eu digo.-Sai do meu quarto e percorri o corredor até à sala, onde o meu pai ainda estava lá com a minha mãe.

-Ela está cheia de sangue.-Disse o meu pai.

-Acho que as águas já rebentaram.

-Já?-Perguntou o meu pai.

-Leva-a para o carro.-O meu pai pegou nela ao colo e sentou-a no carro.

...
15 minutos depois já estavamos a entrar nas urgências do hospital. Levaram-na logo para dentro. 20 minutos depois apareceu uma enfermeira para falar connosco.
-A sua mãe já entrou em trabalho de parto. Quem é que quer assistir?

-Pai?

-É melhor ires tu. Tu já tiveste três, eu secalhar ainda caio para o lado.

-Medricas.-Disse eu, indo atrás da enfermeira. Depois de desinfectar as mãos e vestir a bata, pode entrar.

-Mãe!

-Filha!

-Como é que estás?

-Cansada.

-Cansada?

-Sinto-me com poucas forças.

-Isto é normal?-Perguntei à enfermeira.

-Sim, a sua mãe perdeu bastante sangue.

-E vão-lhe fazer um parto normal?


-É o melhor!


-Melhor para quem?


-Para o bebé.


-E a minha mãe não importa?


-Calma filha! Fui eu que pedi. Se me acontecer alguma coisa, não te esqueças que eu te amo muito.


-Não digas essas coisas. Vai correr tudo bem.


-Na próxima contracção que sentir faça força.- Assim a minha mãe fez várias vezes, até perceber que ela estava com poucas forças.

-Mas não está a ver que a minha mãe não aguenta mais?-Perguntei eu à enfermeira. Quando voltei a olhar para minha mãe, ela estava de olhos practicamente fechados.-Mãe!- Ela nada me respondeu. Senti ela apertar a minha mão e segundos a seguir, vi a mão dela cair.
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Olá a Todas!
Este foi mais um capítulo desta história! Espero que tenham gostado e que não tenham achado uma grande seca.
Fico à espera das vossas opiniões!
Beijinhos!