Música

sábado, 31 de maio de 2014

53-"Se me acontecer alguma coisa, não te esqueças que eu te amo muito."

No fim do jogo tivemos de esperar ainda 20 minutos pelo Ezequiel porque seria na casa dele que iríamos dormir. Assim que ele se despachou fomos até à garagem onde o Nolito pegou no carro e conduziu até lá. 15 minutos depois já estacionávamos na garagem dele.
-Ezequiel posso ir até ao quarto deixar o trio?

-Sim claro que podes, fica à vontade!-Procurei pelo quarto onde deixei o trio que dormia muito serenamente. Mas havia algo estranho que eu tinha reparado assim que o Ezequiel abriu a porta: não estava mais ninguém em casa. Percorri o corredor até à sala onde eles estavam.

-Ezequiel...posso fazer-te uma pergunta?

-Sim, pergunta.

-A Ana?

-Ah esse assunto. Por acaso tenho de falar com vocês por causa dela.

-Diz.-Disse o Nolito.

-Eu e a Ana acabamos. Mas ela pediu para que vos dissesse que não é por nos termos separado que vai deixar de querer continuar a ser Madrinha e que podem contar com ela para tudo o que precisarem.

-Quando a convidei para ser madrinha pensei que a vossa relação era mesmo séria e não fosse acabar assim de um dia para o outro.

-E era séria mas às vezes acontecem coisas que mais vale terminar com tudo, por mais que custe.

-Mas por mim ela continua a madrinha.

-Por mim também!-Disse o Nolito.

-Por mim também. O fim da nossa relação nada muda a excelente pessoa que ela é.

-Queres falar sobre o fim da vossa relação?-Perguntou o Nolito.

-Eu vou até ao qarto ver do trio!-Percebi que o Ezequiel precisava de falar e deixei-os sozinhos.

. . .
No Dia Seguinte (31 de Janeiro de 2013)...
Eram 10h quando acordei. Foi o sol nada normal para um dia de Inverno que me despertou. Vi que não chovia e por isso decidi dar o leite ao trio no jardim e aproveitar um pouco o sol.
Estávamos ali à já quase uma hora quando o Nolito apareceu. Com ele trazia o tablet, aproveitando para nos tirar uma fotografia.
-Buenos Dias!-Disse ele dando um beijo a cada um deles e por fim a mim.

-Buenos dias!

-Tens algum plano para hoje?

-Passear e depois preparar tudo para a meia noite.

-Parece-me bem!-Como o pablo, a Diana e o Diego já dormiam, levámos-os para o quarto. Aproveitá-mos depois para nos vestirmos e preparamos para sair.

-O Ezequiel vem?-Perguntei ao Nolito.

-Não sei. Importas-te se ele for?

-Claro que não!-Descemos mais o trio. O Ezequiel estava na sala ao telemóvel e por isso tivemos de esperar uns minutos.

-Ezequiel queres vir connosco?

-Onde?

-Almoçar e depois passear.

-Sim, almoço com vocês e depois deixo-vos a passearem os cinco.

-Então vamos!

-Sugestões de restaurante?-Perguntou o Nolito ao Ezequiel.

-Aquele ao pé do Estádio da Luz!

-O do costume?

-Sim! Ao menos lá sabemos que comemos bem.

-Então vamos!-Saímos todos de casa, entramos no carro e fomos em direcção ao restaurante.

. . .
Entramos no restaurante e o Ezequiel foi à frente pedir uma mesa. Fomos atrás dele até à mesa. A mesa era para sete pessoas. 
-Mas é preciso uma mesa tão grande só para nós os três?-Perguntei eu.

-Sim.-Respondeu o Ezequiel. Nada mais nos respondeu. Olhamos para ele e ele estava de mão levantada a fazer sinal para alguém. Na porta do restaurante estava o Lima, a Joana com a bebé deles ao colo, o meu irmão e a Maria com o filho deles escondido atrás da perna dela.
-Tia!!Tinha saudades tuas!-Disse o pequeno Tiago, agarrando-se agora à minha perna.

-Eu também tinha saudades tuas!-Disse eu baixando-me ficando da altura dele. Deu-me um beijo na bochecha e eu retribui.-Quem é que preparou isto tudo sem dizer nada?-Perguntei eu. O Ezequiel e o Lima começaram-se a rir.- Só podiam ser vocês!

-Gostaste?-Perguntou o meu irmão.

-Claro! Já tinha saudades tuas!-Dei-lhe um beijo na bochecha e depois abracei-o. Cumprimentei de seguida a Maria e depois o Lima, deixando a Joana para o fim.

-Ser mãe fez-te mesmo bem!-Disse eu abraçando-a.- A Maria é mesmo a tua cara!
Aproveitamos o almoço para pôr a conversa em dia e matar algumas saudades. Depois de almoçar, o Lima, o Ezequiel e o Miguel queriam muito ir à loja do Benfica e por isso lá fomos nós. 

O Nolito, o Miguel, o Lima e o Ezequiel foram para dentro da loja enquanto eu, a Maria e a Joana ficamos cá fora na conversa. Claro que quatro homens dentro de uma loja, ficaram por lá algum tempo, saindo quarenta minutos depois.
-Estávamos a ver que dormiam aí dentro!-Disse eu.

-Isto demorou a fazer!-Disse o Lima.

-Isto o que?-Perguntei o que.

-Os padrinhos decidiram mimar os nossos filhos.-Disse o Nolito. 

-Esta é para a Diana!-Disse o Lima. Abri o saco e era uma camisola do Benfica com o número com que ele joga.
-Obrigada!

-Esta é para o Pablo!-Disse o Ezequiel. Abri e era também uma camisola do Benfica com o número dele.
-Obrigada! 

-E por fim, esta é para o Diego!-Disse o meu irmão. Era a que eu tinha mais curiosidade para ver o número. Nas costas tinha o número 9, o número do Nolito quando jogou no Benfica.

-Obrigada! Eles não podiam ter melhores padrinhos!-Disse eu, deixando-os ainda mais convencidos e babados.

-As camisolas são ainda um pouco grandes. Daqui a mais uns meses, quando tiverem um ano, voltamos cá para eles virem ao estádio com elas vestidas.

-Prometes?

-Sim!-Dei-lhe logo um beijo mesmo ali. Quando olhei para o lado estavam os casais todos aos beijos e o Ezequiel sozinho a segurar as velas.

-Também queres um beijo?-Perguntou o Nolito. Chegou-se perto dele tentando dar-lhe um beijo na bochecha mas ele fugiu logo dele, fazendo com que todos se rissem.

. . .
O resto da tarde foi passada a organizar o jantar e as coisas para a meia noite. Mulheres na cozinha, homens a tomar conta dos bebés: Nolito com a Diana, Ezequiel com o Pablo, o meu irmão com o Diego e o Lima com a Maria. O Tiago ia correndo a casa toda e andava entre a sala e a cozinha.

Depois de jantarmos, a hora da contagem chegou depressa. Tanto os bebés como o Tiago todos já dormiam.
-Cinco!-Disse eu.

-Quatro!-Disse a Joana.

-Três!-Disse o Nolito.

-Dois!-Disse o Ezequiel.

-Um!-Gritou o meu irmão.

-Feliz ano Novo!-Gritamos todos. No ar já se via o fogo de artifício.
-Sofia!-Chamou-me o Nolito. Rodeou-me a cintura com os seus braços e beijou-me.-Feliz Ano Nuevo!

-Feliz Ano Novo para ti também!

-No próximo ano só preciso de ti e dos nossos filhos ao meu lado e claro que corra tudo bem no celta para ser feliz!

-Tu e eles são a minha vida!-Disse beijando-o.

. . .
6 Meses Depois (31 de Maio de 2014)...
Tinham-se passado 6 meses. O ano de 2014 começou menos bem para o Nolito no Celta, os golos não chegavam e as críticas eram mais que muitas. Nos últimos dois meses, tudo mudou e os golos chegaram. Ele é agora, no fim da temporada, o melhor marcador do Celta.
O Pablo, a Diana e o Diego estão quase a completar um ano e estão cada vez mais lindos e muito bem de saúde.
A entrada no novo ano tinha servido também para a minha mãe contar ao meu pai da gravidez. Mais feliz ele não podia ter ficado. A minha mãe está de 8 meses e apesar de alguns sustos, tem decorrido tudo com alguma normalidade.

Acordei eram 10 horas, desci até à sala e encontrei a minha mãe deitada no sofá da sala.
-Bom Dia Mãe!

-Bom Dia!

-Está tudo bem?

-Não. Estou cheia de dores.

-E não nos dizes nada?

-Não tinha forças para isso.

-Tens dores onde?

-Na barriga.

-Aguenta um bocadinho. Volto já.

Fui a correr ao quarto dos meus pais, onde estava o meu pai ainda deitado.
-Pai! Veste-te e põe a mãe no carro!

-O que é que se passa?

-A mãe está cheia de dores.-Sai do quarto, percorrendo o corredor até ao meu quarto onde me vesti a correr.

-Nolito! Tomas conta deles?

-Sim! Mas passasse alguma coisa?

-Vamos com a minha mãe para o hospital.

-Depois diz alguma coisa.

-Sim, eu digo.-Sai do meu quarto e percorri o corredor até à sala, onde o meu pai ainda estava lá com a minha mãe.

-Ela está cheia de sangue.-Disse o meu pai.

-Acho que as águas já rebentaram.

-Já?-Perguntou o meu pai.

-Leva-a para o carro.-O meu pai pegou nela ao colo e sentou-a no carro.

...
15 minutos depois já estavamos a entrar nas urgências do hospital. Levaram-na logo para dentro. 20 minutos depois apareceu uma enfermeira para falar connosco.
-A sua mãe já entrou em trabalho de parto. Quem é que quer assistir?

-Pai?

-É melhor ires tu. Tu já tiveste três, eu secalhar ainda caio para o lado.

-Medricas.-Disse eu, indo atrás da enfermeira. Depois de desinfectar as mãos e vestir a bata, pode entrar.

-Mãe!

-Filha!

-Como é que estás?

-Cansada.

-Cansada?

-Sinto-me com poucas forças.

-Isto é normal?-Perguntei à enfermeira.

-Sim, a sua mãe perdeu bastante sangue.

-E vão-lhe fazer um parto normal?


-É o melhor!


-Melhor para quem?


-Para o bebé.


-E a minha mãe não importa?


-Calma filha! Fui eu que pedi. Se me acontecer alguma coisa, não te esqueças que eu te amo muito.


-Não digas essas coisas. Vai correr tudo bem.


-Na próxima contracção que sentir faça força.- Assim a minha mãe fez várias vezes, até perceber que ela estava com poucas forças.

-Mas não está a ver que a minha mãe não aguenta mais?-Perguntei eu à enfermeira. Quando voltei a olhar para minha mãe, ela estava de olhos practicamente fechados.-Mãe!- Ela nada me respondeu. Senti ela apertar a minha mão e segundos a seguir, vi a mão dela cair.
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Olá a Todas!
Este foi mais um capítulo desta história! Espero que tenham gostado e que não tenham achado uma grande seca.
Fico à espera das vossas opiniões!
Beijinhos!